Era uma mulher solitária que morava no Rio. Sonhava com os contos de fada onde podia ser feliz para sempre. Quando descobriu as redes sociais, viu ali sua grande chance de encontrar um amor. Ou pelo menos um corpo ardente pra chamar de seu. E lá o encontrou. Amou-o na primeira tecla digitada em seu velho PC.

Logo estavam com a câmera aberta. Viu que ele não era um príncipe,  mas em suas atuais necessidades, mesmo um sapo já servia. Enamorou-se! Apaixonou-se! E quando ele sugeriu que poderiam juntar as escovas, pegou seus poucos pertences, sua gata, entrou em um ônibus e só parou em São Paulo. Logo descobriu que para chegar ao Castelo, precisava antes enfrentar o trânsito pela Castelo, e que a carruagem com cavalos brancos,  era um ônibus velho, repleto de outros sapos. Tudo bem! Ansiava pela noite. Pela noite de amor selvagem.
Não durou muito. Primeiro, porque ele saía para trabalhar e fechava a porta da rua. Segundo, aquela cidade chuvosa, dava depressão.
Aos finais de semana, que poderiam passear, ele dormia até as Três horas da tarde.
Além de tudo passou a descobrir as idiossincrasias de seu caráter. Punha defeito em tudo que ela fazia. Até a maldita colcha de retalhos que ela não conseguia alinhar na cama velha, era motivo para brigas. Cansou da cidade, do moço, das panelas velhas, e do sexo fraco. Voltou para o Rio pensando que fora uma vez um sonho dourado com um príncipe encantado.